A fantasia da realidade


O que as palavras têm a dizer, nem todos irão entender. Pois a melancolia, o vazio, a falta de sentido na vida, a vontade de chorar sem ter motivo, não é comum a todos.

Algumas pessoas são conformadas com o modo de viver imposto desde a infância. Fazem planos para conseguirem um casamento, um bom emprego, filhos e uma boa aposentadoria. A vida lhes parece óbvia e com sentido. Não quer dizer que sofram menos ou que são mais felizes. São apenas conformadas, não procuram respostas. Vivem a fantasia da realidade sem medo de acordar.

Outras pessoas possuem o “desprazer” de despertar a alma. A vida cotidiana não basta. Mesmo realizadas profissionalmente e até mesmo amorosamente, a fantasia do bem estar alcançado no mundo não consegue sustentar por muito tempo a completude do próprio ser. Enfrentam um vazio interior que sufoca, sem saber de onde vem e sem saber como preencher.

Não é falta de religião, mesmo que essa seja essencial na vida da maioria das pessoas.

Não é falta de se aventurar, mesmo que nesses momentos se sinta um preenchimento momentâneo.

Não é falta de ocupação, embora o trabalho seja importante e necessário.

Não é falta de paixão, embora esse estado possa satisfazer por um período.

É falta do que então?

A falta é de nós mesmos. Falta de fazer o que gosta, de não se reprimir, de se descobrir.
Se considerarmos nossa rotina do dia a dia, onde na realidade fingimos ser quem não somos, onde não expressamos o que realmente sentimos, presos na busca incessante de coisas materiais, na falsa felicidade, muitas vezes exposta nas redes sociais, podemos verificar que tudo não passa de uma grande fantasia.

Tudo na vida que realmente não faz parte de nós passa e vai ficando pelo caminho, por isso nos sentimos sozinhos. Viver em harmonia com esse mundo de fantasia e com o que realmente a alma pede talvez seja a melhor opção. Descobrir e não reprimir o que clama o coração.  Assim, nessa falsa realidade, se constrói o caminho em busca da verdade.




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