É para você não ler





Tentei retornar para a poesia
Mas sozinha não consegui inspiração
Talvez falte dentro de mim um jardim florido
Para compor as rimas do meu coração
Nem sei como algumas continuam a surgir
Mas não vou mais persistir
Não que eu tenha deixado de gostar
Apenas passei a gostar do que pode desintoxicar e não intoxicar
Apesar da “dieta da moda” ainda não me inspirar
Não que eu tenha deixado de admirar
Apenas agora admiro com novos olhos
Os quais enxergo a realidade face a face
Não que eu tenha deixado de me importar
Mas é que às vezes importar dói tanto
Que temos que deixar de focar para suportar
Não que eu tenha deixado de amar
Apenas também percebi que preciso me amar em primeiro lugar
Na verdade não foi só isso...
Tirando o drama de poetisa
Escrever virou um vício!
Ao ponto de querer em todo lugar preencher
Com palavras as folhas em branco
No trabalho, em casa, na cama, nos sonhos...
Quando começamos a casar palavras, tudo parece rimar
E desejamos realmente fazer isso para sempre
De forma que nem a morte nos separe, muito pelo contrário
Como percebi a hora de parar?
Em plena reunião de trabalho
Estava a escrever meus simples versos
Com letras bem pequenininhas na minha agenda
Para que ninguém conseguisse enxergar
Uma tímida prefere morrer ao expor seu mundo íntimo para algum conhecido
Sua coragem não vai além do mundo virtual desconhecido
Mas foi exatamente a letra minúscula que chamou atenção
De um colega ao lado que me perguntou em plena reunião:
- Por que uma letra desse tamanho?
Escrevi a resposta com a mesma letrinha e mostrei para ele que mal conseguiu ver:
- É para você não ler.

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