Extremos
Eu poderia tender ao equilíbrio
Nem muito e nem pouco sentir
Apenas o suficiente para me descobrir
Não mais ser fogo nem gelo
Nem a mais profunda das tristezas
Nem o sorriso mais estridente
Não mais o apagar por não aguentar tanta saudade
Nem o transbordar desmoderado de felicidade
Apenas sem exagero ser o suficiente
Eu poderia tender ao equilíbrio
E não mais viver nos extremos
Sem depressão nem euforia
Sem momentos de vasta coragem
E depois de temeroso receio
Poderia apenas trilhar o caminho do meio
E então eu não seria poeta ou poetisa
Não dependeria da arte para viver
Pois tudo ficaria contido dentro do meu ser
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