Fascínio
Nunca entendi meu fascínio pela lua a qual sempre estive a contemplar
E sentir como algo palpável, como se pudesse tocar
Nem entendi meu fascínio pelas estrelas
Embora sinta que pertença a elas
Nunca entendi meu fascínio pelo por do sol
Ao mesmo tempo em que profundamente me agrada, enche meus olhos de lágrimas
Nem entendi meu fascínio pelas pequenas coisas
Aquelas que as pessoas não costumam parar para perceber
Nunca entendi porque me sentia presa segurando as grades da minha janela
Como se estivesse sufocada sem nada conhecer, longe do que precisava viver
Assim como não entendo o que sinto
Essa vontade de abraçar o mundo, que não cabe dentro do peito
Que já desejou um encontro, mesmo que por segundos
Para desabafar um pouco esse aperto
Um sentimento tão forte que me faz querer sumir e não mais existir
Para que ninguém mais eu possa ferir
O que é isso? Não sei. E já desisti de tentar entender
Mas ainda sinto na intensidade que não sei precisar
Ele me pega, me esmaga, me recupera, me dilacera, me tira o ar, me faz respirar...
Atira-me no fundo do poço, me leva ao paraíso... Mostra-me meus gostos e desgostos
Não sei por que fez e faz parte de mim, e nem qual o motivo de ter surgido
Só sei que me permiti escrever e sentir, mesmo no fim, mesmo sem ter vivido.
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